8 de março de 2009

OPINIÃO DO DR WILSON GRASSI SOBRE ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA

Esterilização química – vamos abrir os olhos!
Quanto mais eu me informei sobre o assunto, mais preocupado fiquei, e sugiro que todos, protetores e veterinários, também se preocupem.
São duas injeções de gluconato de zinco, de até 2,0 ml, aplicada uma em cada testículo, e talvez uma segunda dose tempos depois. Não precisa ser veterinário o aplicador. Com o tempo, o produto provoca uma isquemia e o testículo vai se transformando em uma fibrose. Se a aplicação provoca muita dor, não vou afirmar, mas posso desconfiar. Se o lento processo de fibrose provoca uma dor constante, ainda não sabemos. Em quantos animais surgirá uma ulceração e deverão ser posteriormente castrados, ainda não sabemos, mas temos más notícias vindas do co-irmão México. Se o depósito deste metal causará tumores com o passar dos anos, também ainda não sei, mas tem uma coisa que eu sei: jamais a um produto testado no Brasil em apenas 11 animais poderia ser consentida a venda e distribuição de milhares de doses. O produto foi certificado no Ministério da Agricultura com um trabalho simplista e diminuto, e que só levou em conta se o produto causa esterilidade ou não. Uma afronta ao bom senso! Em momento algum foi avaliada a questão do bem-estar animal. Nenhum teste, dos vários disponíveis foi realizado neste sentido. Jamais um produto para uso humano seria ou será liberado para uso em larga escala após testar em apenas onze pessoas. Por que para cães poderia? E muitas outras coisas ainda não entendi: porque um produto não usado nos EUA, nem na Europa, e mal sucedido no México, deve ser introduzido dessa forma no Brasil? Como empresários da indústria farmacêutica, de uma hora para outra ficaram preocupados com o abandono de animais? Por que houve tanta ingenuidade de figuras conceituadas da proteção animal dando apoio a um projeto tão estapafúrdio e precipitado? Dos vários “pais” da criança, suspeito que nenhum teve a coragem de testar o produto em seus próprios animais, mas agora sugerem que as prefeituras façam de cobaias os já tão sofridos.

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