11 de outubro de 2009

POR QUE SER VEGETARIANO


Por que ser vegetariano

Nos dias atuais muito se fala a respeito de regimes alimentares, de nutrição balanceada e a medicina já reconhece o valor do regime vegetariano dentro de uma dieta adequada a uma vida longa e saudável.

Mas o motivo de eu estar defendendo o vegetarianismo está longe dos conceitos da medicina ou nutrição, mas sim dentro de uma consciência cósmica maior. Por muitos e muitos séculos, desde que o Ser Humano começou a habitar o planeta, o consumo da carne sempre foi abundante e preferencial. Primeiramente porque o homem primitivo não sabia ainda plantar e a caça era o meio pelo qual sua fome era saciada. Posteriormente, mesmo com o conhecimento de outras fontes de alimentação, a carne continuou sendo consumida em larga escala por causa do seu sabor e da sua facilidade de obtenção - ao contrário de uma colheita que requer muitos cuidados, a caça e a morte de um animal encerravam uma facilidade maior e mais rápida na obtenção de um alimento.

E assim a humanidade veio evoluindo até que chegamos ao ápice de nossa civilização no século 20 quando, então, surgiram diversas correntes filosóficas ou naturais defendendo ou condenando o consumo da carne por motivos de saúde ou de equilíbrio físico.

Hoje a carne tornou-se, como todas as empreitadas humanas contemporâneas, mais uma indústria de consumo. A carne é um produto; a pecuária e a avicultura são fábricas onde os animais são criados como numa linha de produção. É aí que precisamos parar e reavaliar até onde chegamos e onde queremos chegar. Será que a nossa evolução tecnológica e intelectual, ao invés de nos fazer evoluir, está nos fazendo regredir? Será que não podemos por um momento fazer uma reavaliação do que isso está significando?

A ciência já nos provou que os animais são seres vivos e o conhecimento da espiritualidade nos ensinou que eles têm um sopro de vida, sendo entes espirituais em desenvolvimento e evolução e que por esse motivo não deveriam ser tratados da mesma forma como um pé de couve ou de feijão. A similaridade física dos animais com os homens é muito grande, haja vista que eles possuem sangue, órgãos, cérebro e coração, exatamente como nós. Então, eles são realmente muito similares a nós orgânicamente!
 
Por causa disso podemos e devemos classificar os animais, dentro da natureza, como nossos irmãos menores, visto que também somos animais. O que nos distingue dos demais animais é o nosso cérebro que tem a capacidade superior de raciocínio e consciência; por esse motivo o homem foi escolhido pela Divindade para acolher os espíritos em estágio evolutivo avançado.

Então, nesta primeira análise, podemos chegar a duas conclusões: mantendo os animais numa linha de produção e tornando-os material de consumo, estamos de alguma forma escravizando e matando nossos pequenos irmãos da forma mais fria, insensível e inconseqüente possível. Afinal de contas, para quem come carne que diferença faria simplesmente não mais comer? Talvez a única diferença fosse o sabor da carne, o prazer da alimentação. Mas será que esse nosso prazer deve ter um preço tão alto para os nossos pequenos irmãos em evolução? Será que se ao invés de comermos carne, tivermos outros alimentos alternativos em nossa mesa, não sentiríamos o mesmo prazer?
Afinal de contas, comemos pela necessidade de sobrevivência ou pelo prazer? Até que ponto nos endividamos espiritualmente por mantermos nosso prazer à custa de tanta dor dos nossos irmãos menores?

Não quero aqui polemizar o assunto, mas apenas expor o motivo pelo qual me tornei vegetariano. Muito me entristece ver como os animais hoje são tratados, unicamente como um produto de consumo ou item de economia. Os noticiários da televisão mostraram este ano, cenas degradantes ligadas aos animais, por causa da gripe aviária e a febre aftosa. Milhões de aves sadias foram sacrificadas. Os tratadores as puxavam como se fossem restos de lixo e as colocavam dentro de grandes sacos. Foram mostradas cenas onde, para não terem trabalho de sacrificá-las, chegaram a enterrar as aves vivas, jogando com um trator terra sobre o buraco onde centenas delas se encontravam.
É também triste ver aves mantidas 24 horas por dia sob luz intensa para não dormirem, se alimentarem mais e crescerem mais rápido. Certamente esses criadores de aves, se pudessem, fabricariam frangos em duas horas, como se fossem um bolo ou uma torta.

Por outro lado, milhares de bois e vacas foram sacrificados somente porque alguns do rebanho tinham ficado doentes. Será que essas doenças dos animais nos ameaçariam se eles não fossem tratados como um produto na linha de produção? Será que devemos conviver com isso normalmente, ou seria preferível pensar um pouco a respeito?

Há muitas diferenças entre o homem dos séculos passados e o homem do presente. O homem evoluiu, aprendeu a pensar e a raciocinar com mais amplitude. Tem hoje à sua disposição uma grande gama de ensinamentos oriundos de todas as direções.

No passado, os animais eram mortos e serviam como alimento, mas não havia essa “indústria da carne” como é hoje. Há também uma grande diferença entre o homem civilizado e um índio que matava um veado no meio da selva para alimentar a sua fome ou de sua tribo.

O que os homens estão fazendo é cultivar os animais, como se fossem peças industrializadas. Mas animais não são coisas. São seres! Têm sangue, coração, fígado, pulmões. Têm uma centelha de vida. Têm espírito!

Não podemos mais tratar os animais como estamos tratando. O homem do século 21 deve mudar radicalmente sua forma de alimentação, olvidando seus instintos e seus prazeres egoístas em prol de uma vibração melhor para o planeta, sem mortes, sem cadáveres à mesa.

Seres não podem ser cultivados para servirem de alimentação, feitos em pastos ou viveiros com ração e hormônios, unicamente com a intenção do lucro, como objetos de supermercado. A vida animal não é produto de consumo, mas meio de evolução para as mônadas!

Diante desse quadro eu me pergunto: será que realmente somos civilizados? Ou nos comparamos ainda aos povos bárbaros do passado? Hoje ao invés das mãos usamos talheres, espetos, mesas com toalhas de algodão e churrasqueiras limpas para continuar nos alimentando com a vida dos nossos irmãos menores. Será que continuando assim, neste egoístico e mórbido prazer gustativo, chegarão para o nosso mundo as grandes mudanças e melhorias que tanto se preconizam? Se há tanta terra para plantar porque precisamos viver do sangue de outros seres, como vampiros?

É preciso parar para pensar. Infelizmente, a maior parte das pessoas não pensa, simplesmente se deixa levar pela onda da maioria. Ou não notaram ainda a seriedade dessa questão. A mídia não se manifesta, antes ridicularizando as opiniões contrárias aos seus patrocinadores, encarando a pecuária e a avicultura como instrumentos de economia, e não vendo animais e aves como seres vivos, pequenas almas em evolução.

Comer carne é um aspecto do livre arbítrio que Deus realmente nos deu e que cabe a nós exercitar. Mas por certo todos um dia responderemos, entre outras coisas, também por esta.

George Lee
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